quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Hondura e a velha ditadura

O Mundo está de frente para uma situação bastante desagradável e nós, sem pedir, nos tornamos cúmplices disso.

No dia 29/07/2009 Honduras foi vítima de um golpe militar. Não parece verdade que essa receita ainda seja usada no século XXI, mas foi! Em agosto do mesmo ano, escrevi no blog sobre ela e tentei dar o meu ponto de vista sobre o que realmente estava acontecendo lá.

Antes de continuar a minha ideia, vou colar algumas notícias que tem saído nos jornais:

G1
"A saída de Zelaya, derrubado por um golpe de estado em 28 de junho, encerra a crise política que paralisou o país centro-americano desde então. Ao assumir, Lobo propôs uma reconciliação nacional no país dividido."

Último Segundo
"Porfírio Lobo, sob o signo da anistia, tomou posse hoje como presidente constitucional do país centroamericano, sepultando de vez Manuel Zelaya, que deixará, depois de cinco meses, a Embaixada do Brasil, para exilar-se. Zelaya aliou-se a Hugo Chávez e se tornou um dissidente da elite conservadora hondurenha, com propósitos autoritários."

Terra
"Para a Anistia Internacional, é fundamental que "Pepe" determine uma apuração completa das ações das forças de segurança no período do golpe e nos dias posteriores. De acordo com o organismo, é necessário ainda punir os responsáveis pelos abusos e não conceder anistia. Do contrário, há riscos de reincidência."

Uol
"Zelaya pôde deixar o país depois que o novo presidente Lobo, assinou, logo após a cerimônia de posse realizada nesta quarta-feira, um decreto que concedeu anistia política a todos os envolvidos no golpe de junho de 2009."

Alguns veículos dizem como andam as coisas por lá, outros (muitos) dizem pouco do que realmente acontece. Por esse motivo, vou usar novamente este blog como veículo de denúncia.

Manuel Zelaya foi um presidente de caráter popular. Entre as diversas medidas que tomou em seu governo estão: desafiou as oligarquias e a burguesia nacional, donas dos meios de comunicação; aumentou o salário mínimo dos funcionários públicos e promoveu a mesma alta no setor privado (60%); melhorou as condições sociais das trabalhadoras domésticas; reduziu o preço dos combustíveis ao se integrar à Petrocaribe, deprezando a Texaco e a Esso Standard Oil; pretendia utilizar a base militar (americana) de Palmerola como Aeroporto Internacional; e se opôs a uma nova lei mineira que lesava os interesses do país, pois outorgaria novas licenças e concessões a empresas de exploração, tais como a Gold Corp., American Pacific e outras.

O que de esta acontecendo neste país são atrocidades e os meios de comunicação não estão reportando isso. Em 29 de novembro de 2009, o governo ditatorial empurrou uma votação que marcada pelo despotismo e manipulação das informações. De acordo com a Revista Le Monde Diplomatique de Janeiro/2010, o Tribunal eleitoral forjou as apurações ao dizer que 61% da população havia ido as urnas. Um Jornalista americano, Jesse Fresstone, do canal The Real News, filmou os resultados marcavam 49% de participação. A Frente de Resitência Contra o Golpe - FRCG diz que esses números podem ser ainda menores. É impossível a averiguação, uma vez que os resultados oficiais estão em poder do governo golpista.

A censura atual é um outro problema não evidenciado pela imprensa mundial. No dia do Golpe, o sinal dos principais canais hondurenhos foram bloqueados e nas eleições, o canal 36, que investigava as manipulações do atual governo, não teve direito à antena. Em alguns canais, neste mesmo período, foi transmitido vídeos eróticos no lugar da programação original. A Organização de Defesa da Imprensa, de acordo com a matéria do Le Monde, contabilza que 8 mídias foram fechadas e 20 impedidas de funcionar, bem como, 30 jornalistas feridos, 14 presos e um morto.

As Mobilizações a favor de Zelaya e da democracia estão sendo constantemente silenciadas. À época da eleição, o balanço da repressão chegavam a 30 mortes e 4200 prisões. O País vive o estado de medo outorgado pelo governo e todo aquele que procura se manifestar é repreendido com violência militar. Há registros de violência sexual no ról destas denúncias.

A questão toda gira em torno da falta de democracia em Honduras e omissão dos meios de comunicação em registrar um fato como esse na América Latina. Aos leitores deste blog, fica aí o meu ponto de vista contra a ditadura que assola este país. Vergonhosa para a América Latina. Vergonhosa para o mundo!

Dentro deste mesmo contexto, deixo um vídeo do youtube sobre o que aconteceu no Chile, no dia 11/09/1973. http://www.youtube.com/watch?v=7vrSq4cievs

Um comentário:

  1. Enquanto a mídia latinoamericana focam os holofotes em qualquer coisa de Hugo Chaves e Evo Morales façam ou na tragédia do Haiti, ela camufla o jogo sujo, que foi imposto goela abaixo aos hondurenhos.

    Hoje, Honduras é vítima de um desastre tão terrível quanto ao do Haiti, a diferença é que em Honduras foi tudo planejado e a culpa não foi da "natureza", mas sim de sua aberração - que inclusive recebeu o prêmio Nobel da Paz recentemente.

    Lamentável!

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